As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros. Desde do ano 2000 é celebrado no dia 28 de fevereiro o Dia Mundial de Combate à LER e à DORT. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de casos cresceu 184% entre 2007 e 2016 – situação que os especialistas acreditam ter piorado ainda mais na pandemia. A LER é uma doença ocupacional, causada pela realização de movimentos repetidos por longas horas por dia, tais como elevar objetos acima dos ombros, escrever ou digitar, fazer trabalhos artesanais ou mesmo torcer panos.
Segundo a coordenadora e professora do Curso de Fisioterapia da Wyden, Alice Bella Lisbôa, ambas as doenças ocorrem por movimentação articular de forma inadequada e repetitiva. “A LER pode ocorrer tanto na atividade de trabalho, domiciliar quanto em atividades de lazer e recreação. Já a DORT, está relacionada exclusivamente à atividade de trabalho e normalmente acomete pessoas em atividades que realizam o mesmo movimento por período prolongado”.
O diagnóstico das doenças é feito por meio de um exame clínico, no qual são avaliados os principais sintomas. Professor do IDOMED, o ortopedista Eduardo Duarte Pinto Godoy alerta que os sintomas são variados, mas entre os mais comuns estão: formigamento, fraqueza, limitação de movimento e dor. “A localização e intensidade variam de acordo com a atividade realizada pelo paciente, sendo os membros superiores os mais afetados”, diz.
A maior parte dos casos pode ser resolvida com tratamentos, sem a necessidade de cirurgias, com uso de analgésicos e anti-inflamatórios, fisioterapia e mudanças relacionadas à ergonomia. Apenas nos casos nos quais estes tipos de tratamentos não surtem efeito, a cirurgia pode ser a solução.