Com mais de 10 anos de atuação em Cuiabá, a transportadora Santori Comércio Importação e Exportação de Alimentos Eireli entrou em recuperação judicial, após acumular dívidas na ordem de R$ 50,2 milhões. A empresa passa por uma série de crises que tem afetado o financeiro nos últimos anos e pandemia de Covid-19 piorou a situação, trazendo prejuízos incalculáveis.
O processo tramita na 1ª Vara Cível de Cuiabá e o grupo é representado juridicamente pelo advogado Antônio Frange Júnior. Ele destaca a lei nº 11.101/05, que dispõe sobre ferramentas jurídicas, como a recuperação judicial – um recurso legal para manutenção do negócio que permite um período de blindagem de 180 dias, que pode ser prorrogável.
Assim, são suspensas por um período determinado as cobranças e negativações junto aos órgãos de proteção de crédito, ações de busca e apreensão de bens essenciais às atividades da recuperanda, entre outras ações. Isso permite que o empresário tenha um espaço de tempo para se reestabelecer no mercado e também possibilita a renegociação com todos os credores, a partir da aprovação de um plano recuperacional.
“Nesse caso, a viabilidade da atividade que a transportadora Santori exerce é patente, necessitando apenas de utilizar-se da recuperação para reestruturação financeira e administrativa. Várias outras crises, ocasionadas também por fatores externos, já foram superadas, o que evidencia que exercem atividades viáveis e que têm condições de voltarem a contribuir para a economia do país”, destaca Frange.
HISTÓRICO – A Transportadora Santori Comércio Importação e Exportação de Alimentos Eireli iniciou no setor de distribuição de alimentos, bebidas e outros produtos no ano de 2008 e é administrada pelo sócio-fundador Guido Pistori. Com crises no mercado em 2013, o empresário ao invés retrair investimentos, decidiu aumentar o portfólio de produtos no segmento cervejeiro, refrigerantes, águas, e outras bebidas, com marcas da Ambev, Petrópolis, Coca-Cola. Além de atuar no gênero de limpeza, perfumaria e alimentícios em geral.
Assim, houve a necessidade de investir numa logística própria e suprir a demanda e a sua capacidade de entrega, além de realizar operações na área de logística para terceiros. Ao entrar nesse segmento, a empresa realizou investimentos consideráveis nos conjuntos transportadores e veículos para suporte de frota, com uso de recursos próprios e captação de financeira junto a terceiros, como bancos de varejo e das respectivas montadoras de veículos.
Com a nova estrutura, a transportadora conseguiu em um primeiro momento rentabilizar suas margens e se fortalecer no mercado. Entretanto, com o surgimento da pandemia de Covid-19 houve uma busca desenfreada por produtos alimentícios diversos, consequentemente, aumentando a necessidade de transportes.
“Com o mercado aquecido, recorreram mais uma vez a empréstimos financeiros para expandir os negócios. Mas, não contavam com os aumentos significativos nas taxas dos segmentos alimentícios, logísticos, bancos, o que desestabilizou por completo o financeiro que já não vinha apresentando margens de lucros satisfatórios”, finaliza Frange.