O Projeto de Lei nº 899/2020 propõe a realização da Campanha Estadual de Prevenção e Combate ao Câncer de Ovário. A proposta é debater a doença mais letal entre as mulheres e a mais difícil de ser diagnosticada. Cerca de 70% dos casos são descobertos tardiamente e apenas 43% das mulheres sobrevivem por mais de cinco anos após o diagnóstico.
Para o deputado estadual Dr. Gimenez (PV), autor da proposta, a campanha tem o intuito de levar mais informações sobre esse tipo de câncer e também proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico, proporcionando mais humanização e a redução da mortalidade de mulheres.
Números do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, ficando atrás apenas do câncer do colo do útero, portanto, o diagnóstico rápido contribui com a saúde da mulher como um todo. O parlamentar explica que o histórico familiar também é importante (cerca de 10% dos casos).
“O tumor pode acometer a mulher em qualquer idade, mas é mais frequente depois dos 40 anos. Vocês devem estar atentas a alguns sintomas, como sangramento vaginal após a menopausa ou antes da menopausa, dor pélvica, perda ou ganho de peso inesperada e ainda a perda de apetite”, esclarece Dr. Gimenez, que também é médico.
O câncer de ovário é um tumor silencioso e não muito divulgado, por isso a proposição visa prioritariamente propagar informações que podem salvar a vida de muitas mulheres. Entre os objetivos da campanha estão: conscientização sobre a doença; acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade; proteção e auxílio às pacientes; ações educativas por parte dos diversos segmentos sociais e instituições públicas.
Para fins de orientação, as ações da Campanha Estadual de Prevenção e Combate ao Câncer de Ovário devem ser amplamente divulgadas nos meios de comunicação e redes sociais já existentes na rede de saúde pública. “Também tornamos obrigatório que toda paciente diagnosticada com de câncer de ovário receba acolhimento humanizado, respeitoso e deve ser cuidada em ambiente adequado ao seu tratamento”.
Câncer silencioso – Quando diagnosticado e tratado no estágio 1, ou seja, quando a doença está localizada, a taxa de sobrevida da paciente em cinco anos é de cerca de 92%. Mas em média somente 15% dos cânceres de ovário são diagnosticados nesta fase. Quando a doença acomete órgãos regionais (vizinhos), a taxa de sobrevida em 5 anos cai para 76%. Já no estágio avançado, com acometimento de outros órgãos distantes, a taxa de sobrevida em 5 anos é ainda mais reduzida.
Fatores de risco – Obesidade, tabagismo e excesso de álcool aumentam o risco de tumor no ovário, por isso é recomendado realizar atividade física regular e manter uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais. Também é importante eliminar o consumo de alimentos ultraprocessados e fast foods, além de evitar açúcares refinados presentes em sobremesas e bebidas. Outros fatores importantes são o próprio avançar da idade (a partir de 40 anos), existência de casos da doença na família e problemas reprodutivos, que em geral estão associados a outras questões, como ter filhos após os 35 anos e/ou fazer uso de hormônios em tratamentos de infertilidade ou em terapias pós-menopausa.