O resgate e assistência aos animais silvestres vítimas de incêndios florestais no Pantanal luta para evitar que os bichos enfrentem a chamada fome cinzenta. Após a passagem do fogo que devastou a flora em diversas regiões pantaneiras, os animais não estão encontrando comida ou água.
Foram distribuídas 10 toneladas de alimentos doados pela população, arrecadados pela ONG É O Bicho MT. Para levar todos os mantimentos foram usados um caminhão de 9 metros de carroceria, outro de 6 metros e mais cinco veículos carregados. Parte dos alimentos foram descarregados no Posto de Atendimento Emergencial a Animais Silvestres (PAEAS) do Pantanal, parte seguiu direto para a pousada Jaguar e o restante foi distribuído pelos próprios voluntários ao longo de 60 quilômetros.
Enquanto as equipes atuam ao longo da rodovia, a médica veterinária Karen Ramos, responsável técnica pelo PAEAS Pantanal, e o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) sobrevoaram, com apoio da Marinha do Brasil, o Parque Estadual Encontro das Águas e outros locais mais afastados do eixo da rodovia para georreferenciar pontos estratégicos de distribuição de alimentos. Nesses locais, que são de difícil acesso, serão realizados lançamentos aéreo das frutas. O GRAD também atua na distribuição de alimentos ao longo das margens dos rios.
Já para evitar a desidratação dos animais, a força tarefa conta com apoio de caminhões pipas para distribuição de água nos cochos e nas lagoas ao longo da Transpantaneira. De acordo com o coordenador do PAEAS Pantanal, coronel Bombeiro Militar Paulo André Barroso, são distribuídos 185 mil litros de água todos os dias ao longo da rodovia.
Como ajudar
As frutas e ovos são recolhidos todos os dias pela ONG É O Bicho em diversos pontos, como a Integral Pet e IFMT Campus Bela Vista, em Cuiabá, e Hard Training Academia em Várzea Grande.A preferência é por frutas, já que contém mais água e auxiliam a manter os animais hidratados por mais tempo, já os ovos alimentam os animais que necessitam de proteína em sua dieta.
Os alimentos que têm surtido melhor efeito são banana, laranja, mamão, melancia, melão, abacaxi, maçã, goiaba, manga, caju, milho (in natura) e chuchu. Os alimentos doados devem estar em bom estado, já que os animais não podem receber alimentos estragados.
Mais informações podem ser obtidas no Instagram @eobichomt.
Toda vida importa
O PAEAS Pantanal é um dos instrumentos de resposta aos incêndios florestais e integra as ações do Centro Integrado Multiagências (Ciman). A força tarefa para atendimento aos animais reúne esforços de órgãos do Governo de Mato Grosso, Governo Federal, entidades de classe, terceiro setor e instituições privadas.
O grupo é coordenado pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo e é formado pelas secretarias de Meio Ambiente e Segurança Pública, BPMPA, Batalhão de Emergências Ambientais do Corpo de Bombeiros Militar, Programa REM-MT, Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e Marinha do Brasil.
Assembleia Legislativa, Prefeitura de Poconé, Juizado Volante Ambiental e Ibama também estão presentes. A UFMT atua por meio do Hospital Veterinário, Centro Acadêmico de Medicina Veterinária e Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres. O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) também apoia as ações.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária e a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso compõem o grupo. Do terceiro setor, a Ampara Silvestre, Associação de Defesa do Pantanal (Adepan), Instituto Mata Ciliar, Ecotrópica, É o Bicho MT, Instituto Luísa Mell, Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), Reprocon e SOS Pantanal somam esforços. Já da iniciativa privada apoiam a ação a Integral Pet, laboratório VET Vida, Vivet, Clínica Anjo da Guarda e Pantaneiro Clínica Veterinária.