Júlio Dechante de Mendonça é natural de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, veio para Sinop no Mato Grosso em 1999 com os pais Manoel de Mendonça e Maria Dechante de Mendonça. Júlio é casado há 7 anos com Indianara dos Anjos Rocha Dechante, tem um irmão Juliano Dechante de Mendonça e um filho Luiz Fernando Ferreira de Mendonça. Ele é Hipnoterapeuta formado em hipnose clínica pela OMNI Brasil, também tem formação em Padrões Comportamentais e Personalidades pelo Instituto Você de Sorriso-MT.
Vivemos em um mundo moderno onde infelizmente os distúrbios psicológicos têm afetado cada vez mais as pessoas desencadeando doenças físicas. No entanto, na mesma velocidade que os problemas psicológicos têm afetado a sociedade surgem novas terapias que se tornam verdadeiras aliadas no auxílio do tratamento destas doenças. A hipnoterapia tem se destacado no tratamento de muitas delas. Devido a isso A Folha do Médio Norte procurou o Hipnoterapeuta Júlio Dechante que atende em Sinop para levar aos nossos leitores um pouco sobre os benefícios desta terapia inovadora.
Para dar início a entrevista questionamos Júlio sobre o que é hipnoterapia?
“Hipnoterapia é hipnose clínica. Hipnoterapia também é treinar a mente para aquelas questões onde existem traumas ela ajuda a ressignificar, dar um novo sentido ela atravessa o fator crítico da mente consciente para a mente subconsciente ressignificando traumas, dificuldades e bloqueios. Então a hipnoterapia trata a mente, trabalha a mente”, explicou.
Ele explicou como a hipnoterapia aliada a regressão ajudam a tratar traumas, dificuldades e problemas que desenvolvemos ainda crianças, mas que nos atrapalham na vida adulta.
“Somos formados por padrões comportamentais, desde pequenos aprendemos a ter certos comportamentos através dos nossos pais que são figuras de poder. Até os 07 anos de idade nós somos replicantes, tudo que os nossos pais fazem ou falam replicamos. Se a mãe tem uma dificuldade ela passa aquilo para a criança, a emoção por isso que muitas pessoas dizem que mulheres grávidas não podem passar nervoso, porque prejudica o bebê, porque toda aquela emoção passa para ele. Na hipnoterapia usamos a regressão e boa parte das pessoas vão ao útero da mãe ainda nos três primeiros meses sendo gerado. Nesses três meses a crianças já sente, e absorve todas as emoções que a mamãe está passando. Então dês os 03 meses aos 7 anos de idade falamos que é formado o caráter, quem é a criança? Como ela vai ser? Como ela vai agir? E como ela vai ser dali para frente no dia a dia com os problemas? A hipnoterapia vai lá no útero da mãe para ressignificar algum sentimento errado, algum sentimento que era da mãe por algum problema e a criança absorveu aquilo e tomou aquilo pra ela. Então enquanto crianças temos a percepção não do que realmente está acontecendo, mas como está sendo passado aquilo para nós. Muitas vezes a mãe e o pai estão brincando e a criança viu aquilo como uma briga, “o papai está batendo na mamãe”, e aquilo fica gravado e ele vai replicar aquela emoção. Não é regra, mas a possibilidade de isso acontecer é muito grande. Estamos agora no Agosto Lilás que é contra a agressão feminina, nos vemos muitas mulheres agredidas que não conseguem se libertar deste trauma, ou do agressor porque isso é de infância muitas vezes. Porque ela viu muitas vezes a mamãe apanhando do papai e a mamãe dizia para a filha. “Filha está tudo bem, eu provoquei, o papai estava nervoso”, e a mãe passa para a filha que aquilo é normal, que é certo e a criança entende que é normal. Então a criança cresce e acaba repetindo aquilo, se em alguém momento ela se deparar com um agressor ela vai repetir aquele processo. E vai se lembrar da mamãe dizendo que estava tudo bem que tinha provocado. E a pessoa agredida vai falar está tudo bem que provocou. E se torna um padrão que pode ser tratado pela hipnoterapia”, destacou o hipnoterapeuta.
Questionamos Júlio sobre quais distúrbios ou doenças a hipnoterapia pode tratar?
“Hoje todos os problemas psicossomáticos da nossa mente podem ser tratados. Hoje 90% dos nossos problemas de saúde são psicossomáticos, são emocionais. A nossa mente funciona junto com o nosso corpo, tudo no que a sua mente acredita, o seu corpo reage. Então quando você ajusta sua mente, regula e destrava alguma coisa seu corpo funciona melhor. Hoje tratamos depressão, ansiedade, gagueira, fibromialgia, psoríase, dores crônicas, falta de foco, procrastinação, medo, pânico, alergias, timidez, medo de falar em público, inseguranças, insônia, vícios em drogas, álcool, cigarro entre outras. Tudo que o psicólogo e o psiquiatra tratam a hipnoterapia trata também”, salientou o Dechante.
Quantas sessões são necessárias?
“Geralmente é de 1 a no máximo 3 sessões. 90% dos meus atendimentos são 2 sessões. Mas no máximo três para questões de vícios, por exemplo como drogas, álcool podem chegar até três porque tem que se trabalhar a causa do problema e os hábitos, são dois fatores. Mas geralmente de uma a três sessões não passa disso”, expôs o profissional.
Existe um curso específico de hipnoterapia?
“Existem institutos que realizam a formação que possuem o ISO 9001 assim como a OMNI Brasil que é o maior instituto de hipnoterapias do Mundo que fica em Zurique e tem uma sede em São Paulo onde eu me formei. O curso é 100% presencial. O terapeuta faz o curso e não precisa ter uma formação clínica”, contou o ele.
Existe contraindicação perguntamos?
“Não existe contraindicação. Tudo que não faz mal para a gente aqui e agora, não faz mal com a hipnose. Algumas pessoas questionam sobre isso. Uma caneta faz mal para uma pessoa não, mas você pode usar ela para machucar alguém. Então existe o terapeuta não qualificado que pode não ajudar a pessoa, mas ele nunca vai piorá-la. Ele pode apenas não a ajudar a resolver o problema”, explicou.
Questionamos se idosos e crianças podem fazer uso da terapia?
“Idosos eu já tratei pessoas de 70 anos e resolveu o problema, então vai de caso para caso. Para tratar crianças com idade abaixo de 07 anos existe uma formação específica que é a hipnokids. Mas pode se optar por tratar o pai ou a mãe que são as figuras de poder da criança. Geralmente se trata a mãe e automaticamente ela já começa a lidar diferente com a criança. E como a criança está na fase de formação de caráter é mais fácil moldar aquela configuração. Depois dos 07 anos a criança forma o seu caráter e já fica mais difícil mudar os hábitos e costumes”, reiterou.
O hipnoterapeuta falou dos benefícios da hipnoterapia para gestantes e para o bebê?
“É interessante e são muitos os benefícios da hipnoterapia para as gestantes, elas conseguem fazer um parto sem dor com analgesia que é a anestesia sem remédios farmacológicos, tanto cessaria como o natural. A nossa mente controla todo o nosso corpo e a dor é emocional ela avisa que algo está errado, mas quando você controla a dor, você não sente mais ela no corpo. As grávidas conseguem ter uma formação melhor do feto, conseguem ter um parto bem mais tranquilo. Elas usam a auto hipnose para dar uma tranquilidade maior para a criança, quando a gestante fica nervosa a criança que está dentro dela fica também, então quando a grávida tem o autocontrole ela consegue passar aquela tranquilidade, aquela calmaria para o neném”, detalhou Júlio.
Júlio Dechante finalizou a entrevista falando sobre a eficácia dos métodos das psicoterapias?
“Hoje em dia todos os métodos de psicoterapias são muito eficazes e já está sendo comprovado cientificamente que funcionam. Antigamente na medicina quem usava a hipnose eram os médicos e hoje em dia eles quase não usam, eles mais receitam remédios. E quando você mexe com a mente, quando a pessoa subentende que a mente não precisa de remédio físico. Quando a pessoa entende que o problema é da mente assim como depressão, ansiedade e você vê que a causa é a sua própria mente tentando te proteger, você vê que os problemas não são somente físicos, mas também mentais e para você tratar algo mental, precisa tratar a mente e não o corpo, porque com remédios você vai tratar o corpo. O uso da hipnoterapia tem crescido monstruosamente no mundo inteiro juntamente com as psicoterapias e muitas delas são regulamentadas pelo SUS também”, concluiu o hipnoterapeuta.