(Por: JOELMA PONTES, do Hiper noticia)
Preocupado com a queda considerável na arrecadação de tributos do Estado, com déficit previsto de até 32% aos cofres públicos, o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu nesta quarta-feira (22), durante coletiva pelas redes sociais, a retomada das atividades econômicas em Mato Grosso. “Temos que ter atitudes responsáveis. Não dá para tomar atitudes, porque é bonito fechar ou porque que tem medo de abrir. Para alguns é fácil, porque sabe que o salário vai estar lá na conta, mas tem muita gente que depende de trabalhar”, disparou o democrata.
Geraldo Magela
Para chefe do Executivo estadual, o auxílio emergencial (R$ 600 mensal) não será suficiente para atender a demanda populacional. A estimativa do governo federal é alcançar cerca de 24 milhões de brasileiros durante o período de pandemia provocada pela Covid-19, o coronavírus, e que já contaminou mais de 40 mil pessoas em todo o Brasil.
“Daqui a pouco, nem o Estado, nem a União vai ter condições de ajudar, porque não vai ter dinheiro também. Dinheiro aqui não fabrica em uma maquininha aqui no fundo do Palácio. A gente vive daquilo que nós arrecadamos ou das transferências da União, daquilo que ela arrecada”, conclui Mendes.
De acordo com o governador, o ICMS sobre o combustível é o que mais tem feito falta aos cofres públicos, seguido do setor alimentício que abastece os grandes centros no país, mas que por conta das medidas de segurança estão com as atividades comerciais suspensas, trabalhando no limite devido às medidas restritivas impostas pelos municípios.
“Nós estamos estimando algo em torno de 25% a 30%, os números irão demostrar isso claramente (relatório Sefaz) e isso é óbvio, porque existe uma paralização das atividades econômicas no Brasil inteiro. Se os carros não circulam, não tem consumo de combustível e o combustível é a principal fonte de ICMS do estado de Mato Grosso. Se lá em São Paulo tem muita coisa parada, nós não vendemos ICMS para São Paulo, então, tudo isso implica. É uma cadeia que se interliga e vai ter um grande impacto econômico”, observou o governador.
Queda na arrecadação estadual
O Governo do Estado divulgou nesta quarta-feira (22) um boletim especial da receita estadual analisando os impactos da Covid-19, relativos ao período 13 a 17 de abril. A queda no faturamento tributável total de Mato Grosso chegou a 21%.
Em termos de valores, foram cerca de R$ 300 milhões a menos em comparação com a média diária nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19. O percentual alcançado é menor que o período anterior, de 06 a 13 de abril, cuja queda foi de 23%. Em relação a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a queda registrada entre os meses de março e abril foi de 17,5%. Em termos financeiros a redução foi de R$ 157 milhões.
De acordo com o boletim, entre os dias 06 e 10 de abril o segmento de comércio e serviços apresentou seu pior desempenho, com uma redução de 36% no faturamento em comparação à média obtida nos meses de janeiro e fevereiro de 2020. Um dos setores mais impactados com a queda no faturamento foi o setor de combustíveis.
Neste período, o faturamento de combustíveis reduziu de R$ 104 milhões para R$ 61 milhões (-41%). A queda no faturamento tributável também foi observada nos demais setores como veículos, de R$ 43 milhões para R$ 26 milhões (-39%); atacado, de R$ 278 milhões para R$ 135 milhões; e varejo, de R$ 109 milhões para R$ 92 milhões (-15%).
Já na última semana, de 13 a 17 de abril, foi constatada uma pequena reação com a desaceleração da queda em todos os setores do comércio e serviços, que fechou o período com uma redução de -26%. Atacado (-34%); varejo (-13%); combustíveis (-38%); veículos (-19%)
“Temos a confirmação da queda na arrecadação do ICMS em patamar próximo a 20% nesse mês de abril, bem como a manutenção na queda do faturamento diário das empresas em cerca de 300 milhões de reais, o que indica para nós uma forte queda na arrecadação do ICMS para o mês de maio”, afirmou o secretário Rogério Gallo.
Fonte: https://www.hnt.com.br/politica/nao-existe-maquininha-de-fazer-dinheiro-nos-fundos-do-palacio-dispara-mendes/167019