Bianca Nápoles
Certamente você já ouviu falar em prótese dentária. Mas será que você sabe que o uso de próteses para suprir a falta de dentes é uma solução antiga na história da humanidade? É isso mesmo, há relatos de que povos Fenícios, Etruscos , Romanos e Maias já produziam e usavam este acessório. A perda dentes sempre foi motivo de desconforto por questões estéticas, mas principalmente por problemas de mastigação e até da fala dos indivíduos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 50% da população brasileira adulta tem 20 ou menos dentes funcionais, quando o normal do ser humano é ter 32 dentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares (incluindo 4 dentes do siso). Entre os idosos o problema é ainda maior: grade parte das pessoas acima dos 60 anos tem apenas 70% dos dentes. A boa notícia é que as próteses dentárias se tornaram mais acessíveis, confortáveis e funcionais ao longo do tempo.
Conhecida popularmente como dentadura, a prótese total removível pode ser usada em pacientes que perderam todos os dentes. Ela reproduz a anatomia das arcadas superior (maxilar) e inferior (mandíbula) e usa dentes de resina bem resistentes. O acessório reproduz a cor, o formato e o tamanho dos dentes naturais, como também a cor da gengiva.
Para as pessoas que possuem número razoável de dentes, existe a opção da prótese parcial removível. Neste caso, o dentista precisa avaliar a saúde desses dentes já que eles servirão de apoio para a estrutura metálica confeccionada a partir de ligas de cobalto e cromo.
Existe ainda a prótese parcial fixa, popularmente conhecida como “ponte” ou “coroa”. Ela é indicada para pessoas que perderam poucos dentes e que apresentam pelo menos duas unidades que possam ser utilizadas como suporte. São feitas em metal com porcelana.
A prótese flexível é uma alternativa às próteses parciais removíveis. É produzida em resina flexível e não usa grampos como nas próteses tradicionais. É utilizada de forma provisória em casos de reabilitação ou para manter preservados os espaços entre os dentes naturais.
Opção mais moderna, eficiente e que resulta numa aparência mais próxima da dentição natural é o implante dentário. Ele é feito em duas fases: primeiro a cirurgia, quando os implantes de titânio, na forma de parafusos, são fixados no osso do paciente. Depois, vem a chamada etapa protética, onde uma prótese fixa é parafusada ou cimentada sobre os implantes. Ou ainda, uma prótese removível é encaixada sobre retentores parafusados aos implantes.
O intervalo da primeira para a segunda etapa do tratamento vai de três a quatro meses. Neste período, o paciente precisa tomar alguns cuidados com a higiene oral e a dieta para que não ocorram complicações. O tempo é necessário para a perfeita união do parafuso de titânio com a estrutura óssea do paciente e a consequente cicatrização cirúrgica.
Qualquer pessoa pode fazer o procedimento, mesmo aquelas com deficiência óssea no local do implante ou que esteja em tratamento permanente contra a diabetes, HIV, osteoporose ou hipertensão arterial. Nestes casos, medidas de controle dos processos de coagulação e cicatrização devem ser tomadas pelo cirurgião dentista.
A tecnologia avançou e hoje oferece implantes curtos, estreitos e biomateriais; técnicas pouco invasivas e de rápida recuperação do paciente. É importante ressaltar que pessoas com ausência óssea na mandíbula ou no maxilar também podem fazer implantes. Nesse caso, primeiramente o paciente é submetido a enxerto ósseo para depois receber o implante.
Posso garantir que os implantes dentários resultam no aumento da autoestima e da qualidade de vida das pessoas que voltam ou passam a mastigar de forma eficiente e a sorrir sem qualquer constrangimento. É a técnica mais moderna que existe e a que apresenta os melhores resultados estéticos e funcionais.
* Bianca Nápoles é cirurgiã dentista bucomaxilofacial e implantodontista. CRO/MT 6950. Instagram: @nbodonto