Acidentes de trânsito consomem mais de R$ 56 milhões da receita estadual em Mato Grosso

Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostrou que de 2009 a 2018 os acidentes de trânsito custaram mais de R$ 3 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em Mato Grosso, foram R$ 56,8 milhões nesse período, para atender 44.609 pessoas.

 

Segundo o CFM, a cada hora, em média, 20 pessoas dão entrada em um hospital público com ferimento grave causado por acidente de trânsito, seja ele na zona urbana ou nas rodovias. Mesmo com as campanhas direcionadas à direção segura e a Lei Seca (sancionada em 2008), os números de vítimas ainda são altos e os custos para o Estado, maiores ainda.

 

Para se ter uma ideia, em 2018, 5.029 pessoas foram internadas por causa desse tipo de acidente em Mato Grosso, o que trouxe um gasto de R$ 5,5 milhões, o que corresponde a uma média de R$ 1.097,42 por paciente atendido.

 

Antonio Meira Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e membro da Câmara Técnica do CFM, lembra que os custos com os acidentes de trânsito vão além das hospitalizações.

 

“Estamos falando de um custo médio de aproximadamente R$ 290 milhões ao ano, que obviamente foi investido para salvar vidas, o que é justificável. Se conseguíssemos diminuir o número de vítimas do trânsito, no entanto, teríamos um impacto muito grande também nas contas públicas. São recursos que poderiam ser direcionados para outras áreas prioritárias da assistência em saúde no País”, pontua o médico.

 

No período do levantamento, o maior gasto em mato Grosso foi registrado em 2017, de R$ 6,4 milhões para atender 6.126 vítimas, também maior número registrado em 10 anos.

 

Em relação às mortes, o CFM só conseguiu dados de 2008 a 2016, quando ocorreram 368 mil mortes por acidentes de trânsito no país e 9.708 em Mato Grosso, com pico de óbitos em 2013, com 1.154 pessoas mortas por essa causa.

 

Na análise dos números brutos, o estado com mais registro de vítimas em 10 anos foi São Paulo, com 379 mil feridos, e o menor número de pessoas atendidas foi no Amapá com cerca de 6 mil.