O Brasil se volta para mercados com muito potencial, tanto em volume como em valor agregado. Ganha-se muito com abertura ao mercado chinês, porque é um onde se compra dentro da proporcionalidade, o dianteiro e o traseiro.
É certo que mesmo comprando do Brasil os cortes do traseiro, este mercado reclama da qualidade destas peças destinadas às cozinhas “gourmets”. Competir com carne oriunda de animais de origem europeia é dever de casa que teremos que aprender a fazer, se quisermos equivalência de preço com mercados concorrentes. (Austrália, Argentina, norte americanos e outros)
São passos importantíssimos em uma caminhada iniciada em 2011, portanto há 7 anos. Não podemos querer resultados imediatos, porém desenhamos uma evolução que mudará a história da agropecuária brasileira dentro da próxima década.
Será necessário ainda percorrermos longo caminho fazendo o dever de casa. Precisamos atingir muitos outros importantes mercados. Os que pagam pela qualidade e remuneram produtos nobres.
Precisamos parar de achar que temos o melhor boi do mundo, porque não é verdade. O boi ser “branco” não nos qualifica nem coloca maciez na mesa.
A máxima de que o cliente tem razão continua ser verdade, e é urgente que saibamos captar suas exigências.
Mas a verdade é que temos muito a nosso favor.
Produtores ávidos por desafios e dispostos a investir sobre solo fértil e clima propício.
Indústria com visão nova e moderna compreendendo desafio de investimento em qualificação de seu material humano, parque industrial e de novas linhas de produtos.
E agora, fazendo um devido reconhecimento, voltemos nossa visão para o Ministério da Agricultura.
Podemos hoje dizer aos chineses que temos nossa “Houmuxing”.
Sim, temos nossa Fu Hao à frente das fileiras de produtores rurais de nosso Brasil. Com magnífico desprendimento e um poder invejável de articulação, a ministra Tereza Cristina, com uma equipe extremamente preparada, tem conduzido com habilidade as discussões internacionais,
já que essas são quebra-cabeças complexos que exigem barganhas intersetoriais com interesses e reflexos de longo prazo.
Não por nada compõem a comitiva da ministra uma equipe de alto padrão e extremamente gabaritada como o Deputado Alceu Moreira (presidente da FPA), o Embaixador Orlando Leite Ribeiro, o secretário de defesa agropecuário José Guilerme Tolltadius, a diretora do DIPOA Ana Lúcia de Paula Viana dentre outros técnicos, deputados estaduais e federais.
Caminhar no plano global avançando sobre novos mercados é processo árduo e lento. É correr descalço sobre pedras. Pequenos erros podem ter consequências desastrosas.
Melhor uma pausa para um salto maior , que contentar-se com passos que de ínfimos não nos levariam a lugar nenhum.
Porém não há desafio para destemidos e com este sentimento o agronegócio brasileiro, guerreiro por vocação, encontra-se em marcha.
Parabéns ministra Tereza, parabéns ministério da Agricultura.
O desafio do mercado asiático para a comprar da carne de MT
Paulo Bellincanta é presidento do Sindicato das Indústrias Frigoríficas em Mato Grosso