Com uma das maiores estruturas esportivas de Mato Grosso, o Centro Olímpico de Treinamento (COT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) enfrenta sérios problemas de infraestrutura. Inaugurado em janeiro de 2020, o complexo completou cinco anos este ano, mas está longe de operar em sua plena capacidade. Alagamentos recorrentes, danos em equipamentos e falta de manutenção têm comprometido o uso adequado do espaço.
Construído em uma área baixa do campus da UFMT, o COT sofre com o acúmulo de água sempre que há chuvas intensas. Na semana passada, um novo alagamento atingiu parte significativa da estrutura: salas administrativas, setor da comissão técnica, auditório, almoxarifado e vestiários ficaram inundados. O campo de futebol, localizado no centro da pista de atletismo, também foi afetado, tornando-se inutilizável. Ao redor da pista, o mato alto e a lama reforçam o cenário de abandono. Um mutirão de limpeza deve ser feito nos próximos dias.
De acordo com o diretor da Faculdade de Educação Física, Tomires Campos Lopes, o principal entrave é a falta de recursos. “Mesmo com todos os cuidados que temos para preservar a pista, como o controle de acesso, é impossível manter o padrão sem obras de manutenção e melhorias na estrutura”, afirmou.
O COT é mantido com recursos próprios da universidade e, ocasionalmente, conta com apoios pontuais em eventos esportivos. Segundo Tomires, uma das soluções seria melhorar o sistema de escoamento da água da chuva. Ele explica que parte da água que alaga o COT vem do lago do antigo zoológico, próximo à universidade, e acaba represada ao lado da pista. “Aquela área vira praticamente um brejo. Com paisagismo, poderia se transformar em um bosque”, sugere. O diretor também chamou atenção para o estado das arquibancadas, com várias cadeiras quebradas.
Apesar dos problemas, o COT segue sendo utilizado para atividades esportivas e recebe competições importantes, o que aumenta a preocupação da UFMT em manter sua funcionalidade.
Obra da Copa
O COT da UFMT foi uma das estruturas planejadas como legado da Copa do Mundo de 2014. A construção começou em 2013, mas enfrentou atrasos e só foi concluída sete anos depois, em janeiro de 2020. O investimento total foi de R$ 17,1 milhões, em uma área construída de 5,4 mil metros quadrados, com campo, pista de atletismo, vestiários, salas de apoio e arquibancadas.