Fórum das cadeias produtivas mostra evolução no campo

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Foto: Assessoria

Arioli palestrou na Expoagro sobre os desafios e as oportunidades que o mercado europeu tem para os produtores brasileiros (e mato-grossenses). E foi enfático ao defender o sistema produtivo nacional, que gera uma série de ativos ambientais. “Temos capacidade de produzir ainda mais sem aumentar as áreas desmatadas. Isso não é milagre. É que o produtor brasileiro aprendeu como tirar cada vez mais da mesma terra, aplicando tecnologia, ciência e inovação”, argumentou ele.

No final deste ano, entra em vigor a Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa (CS3D) da União Europeia. Com ela, surgiram novas exigências para que exportadores no mundo todo certifiquem seus produtos para atestarem que não tiveram origem em áreas desmatadas.

Ricardo Arioli explica que, com mais essa exigência, o comércio externo com o mercado europeu ficará muito mais oneroso para o produtor. “Mas isso não deve ser motivo de preocupação. Primeiro porque temos leis rigorosas contra o desmatamento. E segundo porque estamos abrindo novos mercados, como ocorre com a própria China – cujo apetite por produtos brasileiros só aumenta”, ponderou o palestrante.

“Não precisamos abaixar nossa cabeça para os mercados europeus, mas sim buscar novos rumos. Vamos abrir os olhos para a China e aproveitar essa e outras oportunidades”, enfatizou.

No período da tarde, o fórum viu, na prática, uma demonstração de como é esse “caminho certo” de que Arioli fala. Um dos exemplos veio do presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco falou sobre o valor do biocombustível para a chamada economia verde. “O futuro é a integração das cadeias produtivas para produzirem bioenergia, e com isso segurança energética e alimentar”, sintetizou.

Nolasco explica que, desde que a indústria do etanol de milho chegou a Mato Grosso, o agro do estado tem experimentado uma transformação e revolução da vida no campo. “É um modelo de negócio verticalizado. Além de aproveitarmos o milho para fabricarmos combustível, contribuímos para a intensificação de carne com a oferta de farelo de milho (DDG e DDGS), nutritivo e mais acessível para o pecuarista. Além disso, aproveitamos a biomassa produzida como fonte de energia em nossas indústrias”, cita Nolasco.

Outra vantagem do etanol de milho produzido no modelo brasileiro é que ele emite até 85% menos gases de efeito estufa se comparado com a gasolina. “Enquanto o processo de queima da gasolina emite 2,8 toneladas de CO² por ano, a queima de etanol é de 400kg por ano”, compara Nolasco.

A produção de etanol de milho em Mato Grosso saltou 274% nos últimos cincos anos. Na safra 2023/24, o volume saltou 32%, chegando a 5,72 bilhões de litros – dos quais 4,54 bilhões de litros foram etanol de milho.

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