Políticas de conservação para um futuro no Pantanal

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Evely Bocardi de Miranda

O mês de junho é um período voltado para o meio ambiente, uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da preservação ambiental e a necessidade de políticas efetivas que garantam a sustentabilidade de nossos ecossistemas. No Brasil, um país de biodiversidade exuberante, essa reflexão é ainda mais urgente.

Entre os biomas brasileiros, o Pantanal se destaca pela sua importância ecológica e pelos desafios que enfrenta. O Pantanal, com uma área de 150.355 km², é uma das maiores extensões úmidas contínuas do mundo, sendo 65% no território do Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. Este bioma é crucial para a regulação do ciclo da água e abriga uma biodiversidade incrível, sendo um verdadeiro tesouro natural do Brasil.

Em 2024, o Pantanal enfrenta uma crise alarmante de incêndios. No início de junho, foram registrados 489 focos de incêndio, o maior número para o mês desde 1998, quando o índice começou a ser contabilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse número representa um aumento de 1.037% em comparação com 2022, que teve 43 focos no mesmo período. Até maio deste ano, o Pantanal perdeu 1.276 km² para o fogo, um aumento de 963% em relação ao mesmo período em 2023, quando a perda foi de 120 km².

Esses incêndios, muitas vezes causados por atividades humanas e exacerbados pelas mudanças climáticas, têm consequências devastadoras para a biodiversidade e para as comunidades locais. A perda de habitat afeta inúmeras espécies de plantas e animais, além de comprometer a qualidade da água e o equilíbrio ecológico da região.

A preservação do Pantanal e de outros biomas brasileiros requer políticas públicas eficazes e a implementação de ações concretas. Isso inclui a fiscalização rigorosa contra atividades ilegais que provocam incêndios, incentivos para práticas agrícolas sustentáveis e a promoção de projetos de restauração ecológica. Além disso, é essencial o fortalecimento de áreas protegidas, como parques nacionais e reservas indígenas, que são fundamentais para a conservação da biodiversidade.

No entanto, a responsabilidade não recai apenas sobre o governo. Empresas e cidadãos também devem desempenhar seu papel. Corporações podem adotar práticas de responsabilidade ambiental, reduzir sua pegada de carbono e apoiar iniciativas de conservação. Por outro lado, indivíduos podem contribuir adotando hábitos sustentáveis, como o consumo consciente, a redução de resíduos e a participação em programas de reciclagem.

É fundamental que as escolas e universidades incluam em seus currículos a educação ambiental, formando cidadãos conscientes e comprometidos com a sustentabilidade. A mídia tem um papel importante na divulgação de informações e na sensibilização da população sobre a importância da preservação ambiental.

Um exemplo positivo é o Projeto de Integração do Rio São Francisco, que visa garantir a segurança hídrica para milhões de brasileiros. Esse projeto demonstra como a integração entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental é possível e necessária. Além disso, iniciativas como a restauração de matas ciliares ao longo do rio São Francisco e seus afluentes são essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a qualidade da água.

A reflexão sobre o meio ambiente em junho é um lembrete de que a preservação do meio ambiente é uma tarefa contínua e coletiva. Precisamos agir agora para garantir que as futuras gerações possam desfrutar de um planeta saudável e sustentável. O compromisso com a preservação ambiental deve ser permanente, e a implementação de políticas eficazes é fundamental para enfrentar os desafios ambientais que temos pela frente.

Evely Bocardi de Miranda, mestra e professora de direito

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