Foto: JL Siqueira
O Sindicato Rural de Poconé propôs ressarcimento dos valores investidos pelos produtores rurais e ribeirinhos no combate às chamas, que afetaram o Parque Encontro das Águas, no Pantanal mato-grossense. Além disso, os sindicalistas querem a celeridade da aprovação dos projetos de limpeza de pastagens e investimentos na recuperação e manutenção das estradas. Eles aguardam aprovação de um projeto de lei que assegurem o ressarcimento dos recursos gastos a cada incêndio ocorrido no período de seca na região.
O Sindicato foi parte integrante de uma reunião organizada pela Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para debater sobre o incêndio, que atingiu o Parque Encontro das Águas, nos últimos dias.
Na ocasião, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges, afirmou que o fogo foi causado por descargas atmosféricas e é resultado de uma situação de aquecimento global e mudanças climáticas. Segundo ele, está sendo feito o possível para combater as chamas, mas os locais atingidos são inacessíveis.
A advogada Daniela Campos foi a representante do sindicato e afirmou que toda a região está mobilizada no combate. Ela relatou as dificuldades dos profissionais de segurança devido as estradas de acesso intransitáveis.
A advogada reiterou a criação de uma lei para ressarcimento dos valores gastos por produtores rurais e ribeirinhos no combate ao fogo. Os moradores da região aplicam recursos no aluguel de maquinários, óleo diesel, operadores de máquina e alimentação e pouso para as equipes. Contudo, esses valores não são ressarcidos.
“Temos casos de pessoas que gastaram os recursos reservados para limpeza de pastagens e outras ações necessárias nas propriedades, sendo que algumas têm apenas com criação de subsistência. Valores que fazem falta em uma região empobrecida, como a do Pantanal atualmente. Além do que, a obrigação de apagar o fogo é do governo. Os pantaneiros vão continuar ajudando, mas a compensação seria um incentivo”, argumenta.
Para concluir a fala, a representante do sindicato apontou a limpeza de pastagens como um recurso para reduzir os incêndios, uma vez que tiram o material lenhoso, que vira combustível em caso de incêndio florestal. Porém, esclarece a advogada, a ação preventiva precisa de uma autorização de Sema e este documento tem um processo moroso e burocrático para ser expedido, o que dificulta a criação de animais no local e ainda favorece a proliferação do fogo.