Agosto Verde

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Luís Cláudio

Diante de tantas enfermidades que impactam o ser humano, o câncer é o que atormenta não somente a pessoa afetada, mas toda a família e amigos. O resultado positivo para a doença, após os exames de biópsias desestabiliza a todos, apesar dos avanços já comprovados pela ciência, durante as consultas de prevenção e durante a fase dos tratamentos médicos. O medo e as expectativas são inevitáveis, mas dependendo dos casos, as chances de cura têm aumentado em mais de 80%.

Abordamos especificamente, o câncer de mama, que afeta as mulheres brasileiras. Infelizmente, na maioria dos casos, a oportunidade de vida está na mastectomia ou cirurgia para a retirada da mama, evitando ou reduzindo o avanço da doença.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022 foram previstos mais de 66 mil casos de câncer, num universo de 100 mil mulheres, avaliadas. Os números foram referência para a programação e ações localizadas para a prevenção da doença com campanhas institucionais e políticas públicas.

Anualmente, no mês de agosto, a campanha denominada “Agosto Verde” e em seguida, a campanha “Outubro Rosa” reiteram para a conscientização e prevenção ao câncer de mama em todo o país. No entanto, as mulheres já atingidas e mastectomizadas continuam sua luta na defesa contra a volta da doença e o pior de tudo: o preconceito social, como se não bastasse a trágica confirmação do câncer.

Nos próximos dias, apresentaremos um projeto de lei nº 143/2023, um movimento já efetivado em outras cidades brasileiras, criando o mês de conscientização e reconhecimento à luta das mulheres mastectomizadas, em Cuiabá. Uma forma de fortalecê-las no dia-dia no tratamento contra o câncer de mama.

O objetivo do “Agosto Verde” é ampliar o número de mulheres, familiares e amigos com orientações e cuidados, que se devem ter em relação ao câncer de mama e amenizar os casos absurdos de preconceito contra as mulheres que fizeram mastectomia. A campanha vai esclarecer e reduzir situações, que discriminam as mulheres por não terem mamas; fortalecer a essência da mulher em todos os seus aspectos, independente de características físicas. Fomentar a campanha durante o mês todo de agosto e de forma especial, na terceira semana, executar com intensidade, todos os trabalhos pertinentes a esta causa.

A atenção às mulheres em tratamento contra o câncer de mama tem avançado, mas com alertas e cuidados redobrados, que apresentaram resultados positivos para muitos casos diagnosticados, previamente e, alguns, com reversão da doença, segundo informações de especialistas que atuam no setor da oncologia no sistema público e privado, em Cuiabá.

A campanha garantirá que essas mulheres tenham seus direitos respeitados e pensem que não serão mais discriminadas pelo fato de estarem sem as mamas naturais, enquanto aguardam as próteses.

Citamos entre tantos casos, a situação de Ceila Mônica Silva Ferraz Alencastro de Moura, mulher, nascida em 20 de agosto de 1967 e que aos 50 anos, em pleno início da menopausa foi diagnosticada com dois cânceres na mesma mama, sendo submetida à mastectomia total (retirada total da mama direita).

Os estudos revelam que a doença pode ser detectada em fases iniciais e que tem aumentado a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com maiores taxas de cura.

Segundo as recomendações do INCA, o diagnóstico precoce da doença é o principal fator para reduzir a mortalidade por câncer de mama. Além da mudança de alguns hábitos. Entre eles: praticar atividade física regularmente; alimentação saudável; não fumar; manter o peso corporal adequado; não ingerir bebidas alcoólicas e evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.

Um dos impactos mais marcantes que acometem as mulheres que enfrentam o câncer de mama é a retirada da mama, por ser perceptível e impacta diretamente na autoestima.

Queremos promover o autocuidado e trabalhar essencialmente, o amor próprio de cada uma delas. É um momento muito especial, porque a gente entende que a elevação da autoestima também faz parte do processo de recuperação e nós estamos aqui para apoiá-las.

A luta é de todos. A campanha, que não deve ser anual, mas diariamente, vai inserir e mobilizar toda a população cuiabana mulheres, familiares e amigos sobre a importância da realização de exames frequentes para o diagnóstico preventivo ao câncer de mama. Além disso, respeitar as mulheres impactadas pela retirada de suas mamas, enquanto esperam por uma prótese.

Luís Cláudio é vereador em Cuiabá. 

 

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