Thiago Lacerda
A questão da saúde mental ligada ao trabalho tem recebido maior atenção nos últimos anos devido a uma série de fatores. O crescente reconhecimento da importância da saúde mental para a qualidade de vida e bem-estar geral das pessoas tem levado a um maior interesse neste tema. Além disso, estudos têm mostrado que problemas de saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão, podem levar a um declínio no desempenho profissional e à perda de produtividade no trabalho.
Outro fator relevante é a conscientização sobre os custos associados aos problemas de saúde mental no ambiente de trabalho, tanto para os indivíduos quanto para as empresas e a sociedade em geral. Neste contexto, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos trabalhadores em todo o mundo.
As medidas de isolamento social, o trabalho remoto, a alta taxa de desemprego e a incerteza econômica levaram a um aumento no estresse, na ansiedade e em outros problemas de saúde mental. Além disso, o medo de contrair o vírus e as preocupações com a saúde de familiares e amigos também contribuíram para agravar a situação. Esses fatores fizeram com que a questão da saúde mental no trabalho ganhasse ainda mais relevância durante a pandemia, com efeitos preocupantes até os dias de hoje.
Do ponto de vista da psicologia, é possível trabalhar e manter a mente saudável. No entanto, isso requer esforços tanto por parte dos indivíduos quanto das organizações. Algumas estratégias que podem ajudar incluem estabelecer limites entre vida pessoal e profissional, especialmente em contextos de trabalho remoto; praticar técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, exercícios físicos e respiração profunda; e ter uma boa comunicação com colegas de trabalho e gestores, compartilhando preocupações e buscando apoio quando necessário.
Além disso, é preciso priorizar o autocuidado, garantindo uma dieta equilibrada, sono adequado e atividades de lazer. Aproveitando o gancho do dia 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho, reitero que as empresas podem e devem investir em programas de bem-estar e apoio à saúde mental dos seus trabalhadores, oferecendo recursos e ambientes de trabalho mais saudáveis e inclusivos.
Thiago Lacerda, psicólogo e docente do curso de Psicologia em Cuiabá