Foto: Wenderson Araújo
Os impactos das mudanças climáticas são foco de debates em diferentes esferas e setores. E as estratégias para reduzir estes impactos dependem de soluções integradas, inclusive no agronegócio. Por isso, é importante debater os desafios e as oportunidades do mercado de carbono no agronegócio, tema da palestra de Nuno Cunha, da Kryia Agronegócios de Baixo Carbono, na Parecis SuperAgro na quinta (30).
O mercado de carbono é a comercialização de papéis (créditos de carbono) nas bolsas de valores e mercadorias. Estes créditos são certificados emitidos por agências de proteção ambiental para projetos de empresas que reduzem drasticamente suas emissões. Esta redução pode ser conseguida por meio de reflorestamento e substituição de combustíveis fósseis, entre outras medidas. Os créditos de carbono são calculados pelas toneladas de gases que deixarão de ser lançadas na atmosfera.
De acordo com Nuno Cunha, o agronegócio se distingue a nível mundial por ser líder no fornecimento de alimentos. “E por causa da vanguarda na produção, emprega tecnologias que apresentam relação custo x benefício atrativa na redução de gases, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso”, explica.
Entretanto, o agro brasileiro tem representação percentual baixa entre as muitas centenas de projetos certificados mundialmente, diz o consultor. Cunha esclarece que diversas atividades que já são realizadas pelo produtores rurais podem fazer parte do mercado. Entre os exemplos, estão sequestro de carbono florestal e no solo, geração de energia de resíduos, redução de metano de fermentação entérica bovina, redução na aplicação de compostos nitrogenados por bioinsumos, entre outros.
O desafio para os produtores rurais está na elaboração dos projetos. “O setor carece de metodologias de cálculo de redução de emissões, bem como da necessidade de agrupar projetos em programas para obtenção de escala e minimização de custos de certificação. Vamos falar sobre tudo isso na Parecis”, antecipa Nuno Cunha.