Especialista alerta sobre as complicações e formas de prevenção contra hepatites virais

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Foto: Rodrigo Nunes

As hepatites virais são infecções causadas por vírus que agridem o fígado podendo levar a complicações como cirrose, câncer (hepatocarcinoma) e à morte. O gastroenterologista e endoscopista Dr. Roberto Barreto, credenciado ao Mato Grosso Saúde pela Clínica Vida, fala sobre os tipos de vírus, sintomas, diagnóstico e tratamento por ocasião do Dia Mundial Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de agosto.

De acordo com o especialista, são conhecidos 5 vírus: A, B, C, D e E, sendo que os vírus A B e C são os mais frequentes no Brasil.

“As hepatites virais são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, explicou.

Dr. Roberto Barreto aproveita a data para alertar sobre a importância do diagnóstico das hepatites B e C para instituir o tratamento que é realizado por meio do teste rápido, disponível nos serviços de saúde.

Em relação à hepatite A, o médico destaca que a principal via de contágio é a fecal-oral por meio de água e alimentos contaminados. Também tem sido identificado o contágio relacionado às práticas sexuais. Sua ocorrência está relacionada ao saneamento básico inadequado e condições precárias de higiene.

“A hepatite A pode ser evitada por meio da vacinação. A vacina está disponível para as crianças a partir de 15 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias e, para grupos especiais”.

Já a hepatite B tem como principal via de transmissão a relação sexual desprotegida, mas pode ocorrer também via parental, a exemplo da transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas e seringas, material de manicure, piercings, tatuagem, escova de dente, lâminas de barbear e demais instrumentos que cortam ou furam. Ainda pode ser transmitida de mãe para filho na gestação e parto.

Em relação à hepatite C, a principal via de transmissão é a parenteral. “São consideradas populações de maior risco para a infecção para a hepatite C as pessoas que fizeram uso de transfusão de sangue e hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas, pessoas com tatuagens e piercings e que compartilham instrumentos de uso pessoal”.

Tratamento

Existe cura para a maior parte das hepatites virais. O problema é que muitas vezes a doença não é diagnosticada. Segundo o Dr. Roberto Barreto, as hepatites virais não tratadas podem evoluir para cirrose, câncer e até levar à morte.

No Brasil, a hepatite viral mais comum e mais letal é a do tipo C, responsável por mais de 70% das mortes por hepatites virais.

“O tratamento da hepatite A, que é uma doença aguda, se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção”, informa o especialista.

Quanto às hepatites B e D, têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer e a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente.

Prevenção

Só existem vacinas contra as hepatites do tipo A e B. Porém, quem se protege contra a B, já se previne contra a D. Para os demais tipos, o importante é se prevenir das seguintes formas:

– Vacinar-se contra hepatites A e B

– Usar preservativos em todas as relações sexuais

– Não compartilhar seringas, alicates, lâminas ou quaisquer instrumentos cortantes ou perfurantes

– Não ingerir água não potável

– Lavar alimentos antes do consumo

– Lavar as mãos após ir ao banheiro

“A hepatite tem cura. Existem testes rápidos e exames laboratoriais para detectar a presença dos vírus. É importante registrar que todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar”, alerta o especialista.

 

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