Barragens nos corixos impedem que a Baia de Chacororé volte a ficar alagada
A Sema reconhece que a causa impactante é a obstrução dos corixos que levam água, e dos barramentos que acabam sendo destruídos ou pela ação humana, ou pelo tempo. Estes barramentos devem ser sempre refeitos porque são de pedra, areia
A constatação de um crime ambiental bárbaro contra natureza, em pleno Pantanal mato-grossense, uma das maiores reservas ambientais do mundo tem sido registrada há quase uma década por estudiosos e os próprios moradores ao redor da Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço (113 km de Cuiabá). O prenúncio de um desastre ecológico foi descrito por Rubem Mauro Palma de Moura, Engenheiro Mestre em Ambiente e Desenvolvimento Regional pela UFMT e professor aposentado.
A situação se agravou de vez, no ano passado, durante a maior queimada, que atingiu o Pantanal, fazendo com que Baia chegasse ao nível de seca, nunca visto na história dos pantaneiros melgacenses.
A Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema) informou que uma série de adequações esta sendo preparada para manter a planície alagada novamente. A intervenção é feita com base nos estudos técnicos realizados pelo órgão em 2020.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, conta que entre as ações principais na região estão à desobstrução de canais que levam água para as baías por barragens feitas sem autorização. O órgão deve reconstruir as barragens mantendo a planície alagada.
A Baia recuou mais de 15 quilômetros de suas margens criando espaços para o gado e outros animais que buscavam o que podia comer. as ações tiveram de ser interrompidas em razão das fortes chuvas na região, o que inviabilizou a circulação dos maquinários pela estrada. O serviço deve ser retomado assim que as condições no local permitirem.
O órgão reconhece que a causa impactante é a obstrução dos corixos que levam água, e dos barramentos que acabam sendo destruídos ou pela ação humana, ou pelo tempo. Estes barramentos devem ser sempre refeitos porque são de pedra, areia.
Além de espantar diversas espécies de aves, peixes entre outros. Mesmo antes das queimadas, segundo o professor, a Baia de Chacororé recebia um volume muito abaixo de água, causado pela criação de barragens nos principais corixos (pequenos rios) que abastecem as baias de Chacororé e Siá Mariana.
Imagens feitas por moradores do município mostram que as barragens impedem o ciclo natural das águas.
O professor atribui o problema à insensibilidade e descaso das autoridades e dos órgãos por eles comandados, como os órgãos ambientais e Ongs. O Rio como o Chacororé, um braço do Rio Cuiabá, que o liga à Baia de mesmo nome, está com fechado e em alguns trechos até desaguar na Baia, barrado por aterros.
Atualmente, todos os corixos estão barrados e em seu lugar, aterros impedindo a passagem das primeiras águas das chuvas.