A Central Estadual de Transplantes (CET) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) retomou os transplantes de rins. As cirurgias são realizadas no Hospital o Santa Rosa, em Cuiabá, que é a unidade credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para esse tipo de procedimento em Mato Grosso.
Recentemente, um paciente recebeu um rim que foi ofertado via Central Nacional de Transplantes (CNT), sendo que o órgão foi disponibilizado de outro estado. Por meio do procedimento, um paciente de Barra do Garças recebeu a doação do órgão após um ano e meio na fila nacional de transplante.
“Em janeiro, o Governo teve a felicidade de anunciar a retomada do transplante de rim pelo SUS em Mato Grosso, após cerca de dez anos paralisado. Agora, este procedimento marca a retomada do serviço, que foi prejudicado pela alta nos casos da Covid-19 no Brasil. As equipes do Estado não mediram esforços para que esse procedimento fosse realizado”, disse o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
O paciente transplantado, Gerson Roberto da Silva, conviveu por oito anos com os sintomas, que o obrigaram a parar de trabalhar para tratar da saúde. “Eu pesava 90 kg antes da doença nos rins. Quando os sintomas surgiram, cheguei a pesar 35 kg e passei a fazer hemodiálise. Recebi um milagre muito grande com o tratamento e agora com o transplante”.
De acordo com a equipe médica, o procedimento de transplante durou cerca de cinco horas e o paciente segue em recuperação e adaptação. “Que Deus dê um lugar bom no céu para a pessoa que fez a doação do rim, que sei que uma parte dessa pessoa vai continuar vivendo aqui dentro de mim. Eu agradeço por esse momento, que é gratificante para mim e para toda a equipe de profissionais que me atendeu”, declarou Gerson.
O receptor do rim passou por uma série de exames, dentre eles o PCR, para a possível detecção da Covid-19. A medida é necessária como forma de monitorar a saúde do paciente que será transplantado.
A secretária adjunta de Regulação da SES, Fabiana Bardi, reforçou que o transplante marca a retomada do serviço no Estado após o pico da pandemia. “Em ocasiões anteriores foram iniciadas algumas tentativas, que não se concretizaram por razões de ordem clínica seja do receptor ou do próprio doador. Neste fim de semana se concretizou na íntegra um procedimento, um grande anseio de toda a equipe para efetivar o fluxo. Inclusive já estamos sinalizando novos transplantes”, avaliou a gestora.
Segundo Bardi, outro fator que contribuiu para a efetivação do fluxo de transplantes foi a otimização da resposta do trabalho do Laboratório Central do Estado (Lacen-MT), que passou a realizar o exame de detecção em apenas duas horas, o que é uma condição para a realização do transplante. Essa medida contribuiu para dar mais segurança para toda a equipe, para o paciente, seus familiares e para os familiares do doador.
A equipe que realizou o transplante foi composta pelo cirurgião Carlos Eduardo Bouret, pelos médicos auxiliares Pedro Ernesto Pulcherio e Valter Torezan, pelo instrumentador Luiz Carlos da Silva, pelos circulantes da sala Eulinete Sena e Márcio Benedito Moraes, pela enfermeira Melissa Cristina Lopes e pela anestesista Alexandra do Nascimento Gonzaga.