Diogo Botelho
Cuiabá-MT, vigésimo ano do século XXI, internet 5G, velocidade máxima no acesso às informações, acesso ao conhecimento na palma da mão, contudo, infelizmente, ainda cativa às práticas coronelistas.
A percepção imediata deste início do processo eleitoral é a de que o poder econômico, o poder religioso, o poder familiar, e o poder político reinante, ainda exerce fortíssima influência na escolha dos candidatos.
Neste sentido, muito embora a Justiça Eleitoral e os meios institucionais de contenção ao abuso do poder venham se fortalecendo a cada eleição, infelizmente, bem sabemos que o tempo da Justiça não acompanha o tempo da Política, pois, são inúmeros os casos em que o candidato abusa do poder, é eleito e somente é cassado ao final ou quando encerrado seu mandato!
Assim, a higidez do processo eleitoral depende muito mais da consciência cívica do eleitor do que propriamente da Justiça eleitoral. É o eleitor que é a peça fundamental da saúde eleitoral. Eleitor doente, contaminado, infelizmente, escolherá representantes doentes e contaminados!
E é nesta realidade que a opressão econômica, religiosa, familiar e política têm grande poder de contaminação e pode ditar o comportamento e a escolha eleitoral.
O candidato do chefe da empresa, o candidato do líder religioso, o candidato do marido, e, o pior, o candidato do chefe do Poder são os beneficiados diretos pela estrutura de poder ínsita aos respectivos segmentos.
Eis, então, que surge como vacina para imunizar os efeitos cabrestantes do Poder o VOTO SECRETO, como remédio garantidor único do exercício da liberdade cívica!
É o voto secreto quem quebra os grilhões da opressão e liberta o eleitor para expressar, na solidão da urna eletrônica, a sua real manifestação de vontade. É no sigilo da votação que a eventual pressão do chefe da empresa, da agremiação religiosa, familiar e, sobretudo, do poder político vigente que o eleitor terá as condições necessárias para escolher a melhor opção, ou seja, o cândido, o alvo, o candidato mais preparado e qualificado.
Portanto, eleitores e eleitoras, fiquem tranquilos, não cedam às pressões externas. Vote com responsabilidade, vote com compromisso cívico. Prestem contas apenas e, exclusivamente, a sua consciência e a mais ninguém, afinal, o guardião chamado Voto Secreto e Sigiloso, vos guardará de eventual perseguição ou retaliação, típicas de práticas coronelistas.
Exerça a sua liberdade, seja livre!
Diogo P. Botelho é advogado