O Ministério da Saúde anunciou que assinou documento alinhando os detalhes da produção no Brasil da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. A pasta ainda divulgou que fará investimento de R$ 1,8 bilhão para a produção da vacina.
O Ministério da Saúde vai repassar R$ 522,1 milhões para a estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) produtora de imunobiológicos. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas. O restante do valor, R$ 1,3 bilhão, será gasto com despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica, que deve ser assinado na 2ª semana de agosto.
Segundo a pasta, o Brasil terá acesso a 100 milhões de doses da vacina: 30 milhões de dezembro de 2020 a janeiro de 2021 e 70 milhões ao longo dos 2 primeiros trimestres de 2021.
A vacina está na 3ª fase de testes, o que significa que se encontra em estágio avançado de desenvolvimento. O Brasil é o 1º país fora do Reino Unido a iniciar testes com a vacina da AstraZeneca e 1 dos motivos que levaram à escolha foi o fato de a pandemia estar em ascensão no país.
“Essa ação do governo federal significa 1 avanço para o desenvolvimento de tecnologia nacional e de proteção da população brasileira”, disse Camile Giaretta, diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. O acordo com a AstraZeneca permite a incorporação tecnológica da vacina contra a covid-19. Além disso, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras doenças, como a malária. Caso seja comprovada a eficácia, a vacina da AstraZeneca será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS).
A diretora-médica do grupo farmacêutico Astrazeneca, Maria Augusta Bernardini, disse que a vacina pode ficar disponível à população ainda este ano. “Esperamos ter dados preliminares quanto a eficácia real já disponíveis em torno de outubro, novembro”, disse Bernardini. Segundo ela, apesar de os voluntários serem acompanhados por 1 ano, existe a possibilidade de distribuir a vacina à população antes desse período.
VACINAS NO BRASIL
O Brasil ainda participa de outro processo de testagem de vacina contra a covid-19. O Instituto Butantan, de São Paulo, realiza testes da vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech. Participam 9.000 voluntários em 6 Estados.
Além desse, a Anvisa autorizou a empresa alemã BioNTech e a farmacêutica Pfizer a realizarem 1 ensaio clínico (testes de medicamentos em humanos) que estudará 2 tipos de vacinas contra a covid-19.