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Por Luiz Fernando Amorim

Mais de um milhão de pessoas infectadas e sistemas de saúde em colapso no mundo todo. Arrisco-me a dizer que nunca tínhamos enfrentado um vírus com uma capacidade de transmissão tão alta. E este é o grande trunfo do novo coronavírus, que apesar de não ter uma letalidade considerada elevada na população geral, tem a capacidade de provocar estragos sistêmicos – na saúde, na economia e nas relações interpessoais.

A Covid-19 chegou de forma avassaladora, destruindo tudo ao seu redor. Mas ao mesmo tempo a capacidade de mobilização das pessoas se sobressaiu diante do caos. Os primeiros países acometidos pelo novo coronavírus subestimaram a sua capacidade de destruição. E é preciso ressaltar que estamos falando de nações extremamente desenvolvidas e com surpreendente capacidade de articulação, como China, Coreia e Japão.

Quando a doença chegou à Europa, o erro se repetiu. Desta vez, porém, em países como a Itália, envelhecidos e com uma política desgastada. A devastação foi ainda mais impressionante. Estamos falando de cerca de 600 novas mortes por dia, mais de 130 mil pessoas contaminadas.

No Brasil, apesar dos números crescentes de casos e mortes, estamos tendo a chance de aprender com os erros cometidos em outros países. Exaustivamente acompanhamos por meio de publicações científicas, estudos pontuais e imprensa, que dentre todas as medidas adotadas para o enfrentamento à Covid-19, o isolamento social é um dos métodos mais eficientes para redução do aparecimento de novos casos.

O nosso sistema de saúde tem um desafio enorme pela frente. O novo coronavírus chegou no país acometendo, num primeiro momento, pacientes do setor privado de saúde – que representa um quarto da população do país. A epidemia, no entanto, agora já está na comunidade e é uma realidade para o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pela atenção de mais 150 milhões de brasileiros. E grande parte dessas pessoas (48% da população do país) vive em locais que, se quer, têm coleta de esgoto; sendo a higiene um requisito primordial para o enfrentamento de qualquer epidemia.

No Mato Grosso, apenas 5% dos leitos para COVID-19 estão sendo ocupado, considerado até o presente momento o segundo menor índice do Brasil, tudo isso também se deve pelas medidas entre elas o uso de máscaras que tem sido muito importante.

A mensagem que eu gostaria de deixar é que todos valorizem a vida e priorizem o coletivo e que sejamos mais solidários. Há um grupo importante da economia, formado por serviços essenciais (saúde, alimentação, segurança e logística), indústria de materiais e medicamentos, entre outros, trabalhando exaustivamente para o enfrentamento da pandemia. Portanto, penso que devemos cobrar do poder público (da classe politica que nos representa) muita transparência no uso do dinheiro público que em algumas situações nem se quer é preciso licitar para se fazer o devido uso. Precisamos unir forças para que possamos sair dessa crise mais fortes como pessoas, como profissionais, como nação!

Luiz Fernando Amorim é médico ortopedista e traumatologista em Cuiabá

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