Maia diz que Bolsonaro o ataca para tirar foco da demissão de Mandetta

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que os ataques do presidente Jair Bolsonaro a ele são “1 velho truque da política”. Segundo o deputado, trata-se de uma forma de desviar o foco da opinião pública da demissão de Mandetta. “A saída do Mandetta assusta 80% da população pelo menos”, afirmou o deputado. O ministro demitido defendia o isolamento social contra o coronavírus, enquanto Bolsonaro quer que a população volte ao trabalho.

A conduta de Mandetta tem apoio popular, mostram pesquisas. Seu substituto é o médico Nelson Teich.

Em entrevista à CNN Brasil, Jair Bolsonaro disse que Maia tem uma “péssima atuação” no Poder Legislativo. Também acusou o presidente da Câmara de conspirar contra o Brasil. “Isso o que o senhor está fazendo não se faz com nosso Brasil. É falta de patriotismo, falta de humanismo. Péssima atuação. Essa forma de travar, quase que conspirar contra o governo federal”, afirmou o presidente da República.

Bolsonaro se refere o socorro aos Estados e municípios articulado por Rodrigo Maia no Congresso. A matéria é tratada no governo como uma bomba fiscal.

A resposta do deputado foi dada também à CNN Brasil. Negou que trabalhe contra o Executivo. “Da minha parte não tem nenhuma intenção de conflitar com o governo, de prejudicar o presidente”, disse.

Maia elencou projetos de interesse do governo que ele ajudou a aprovar. Por exemplo, a medida provisória do contrato de trabalho Verde e Amarelo. “Fiquei 12 horas sentado comandando a votação com todos os líderes, os que eram a favor e os que eram contra”.

“Nós aprovamos a renda mínima, fomos a R$ 500 [ante a proposta inicial do Executivo, de R$ 200]. O governo disse que aceitava R$ 600”, disse, citando uma proposta de alto impacto fiscal aprovada com anuência do Planalto.

Bolsonaro também insinuou que o diálogo propalado por Rodrigo Maia seria pouco republicano. Maia disse que não há nada disso.

Afirmou que foi oposição durante todo o governo petista. Mas nunca, diz, deixou de conversar com políticos do partido. “Nós dialogamos, porque nós somos democratas”, afirmou.

“Não podemos aceitar que apenas uma visão de Brasil, que uma visão sobre a crise prevaleça”, disse.

“O presidente passou 28 anos aqui e eu espero que ele tenha aprendido isso, aqui é a Casa do diálogo”, afirmou, referindo-se ao período de Jair Bolsonaro como deputado.

“Eu não vou de forma nenhuma responder o presidente no nível que ele quer que eu responda. Ele taca as pedras e nós tacamos as flores”, disse. Ele usa a 1º pessoa do plural porque se refere ao conjunto dos deputados, que ele preside.

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