No assentamento rural Guatapará, localizado no município de Canarana (823 km ao Leste de Cuiabá), 19 agricultores familiares iniciam nesta quarta-feira (12.02), em uma área de 50 hectares, o cultivo de gergelim em sistema agroecológico. A previsão é produzir 100 toneladas, que serão exportadas para o Japão. O técnico em agropecuária da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Gildomar Avrella, explica que o plantio será feito de forma semi-mecanizada e a colheita dos grãos será manual. A produtividade pode ultrapassar dois mil quilos de gergelim por hectare.
O projeto foi elaborado pelos técnicos da Empaer com o objetivo de incentivar a comercialização de produtos da agricultura familiar com a parceria de empresas privadas. O preço de venda do gergelim será definido conforme o valor do quilo no mercado no dia da venda acrescido de mais 40% para este tipo de produto agroecológico. “Esse tipo de plantio valoriza a matéria-prima e oferece boa agregação de valor ao produto final”, destaca.
A variedade usada para o plantio é a BRS Anahi, oriunda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo Gildomar, esse sistema de cultivo utiliza agroquímicos e fertilizantes comerciais de maneira equilibrada e consórcios com outras culturas. Utiliza agrotóxico de maneira controlada e conserva as matas ciliares. Dessa forma, a rentabilidade do produtor pode dobrar em relação aos cultivos de gergelim tradicional.
O município de Canarana é responsável por 90% da produção nacional de gergelim. O grão se tornou uma alternativa para os produtores para a segunda safra após o cultivo da soja. São 100 mil hectares de gergelim plantados na região com uma produtividade média de 400 quilos por hectare. A produção chega a 40 mil toneladas, e a maior parte da produção é utilizada para extração de óleo.
O gergelim é uma planta originária da Índia e seus frutos são cápsulas que variam de tamanho de dois a oito centímetros de comprimento e chegam até dois centímetros de diâmetro. As sementes são pequenas e ovaladas e ligeiramente achatadas. As sementes pretas são as mais utilizadas para cultivo de subsistência e as de coloração branca e creme são destinadas para indústria de panificação e mercado internacional.