Cinco locais estão impróprios em Mato Grosso

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Cinco locais utilizados por banhistas em Mato Grosso estão impróprios, conforme o Boletim de Balneabilidade de 2019, divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). Foram analisados 27 locais de recreação, entre os dias 24 de junho a 30 de setembro. Nos locais avaliados como próprios para banho, dez tiveram classificação ‘excelente’, cinco, ‘muito boa’ e sete, ‘satisfatória’.

Conforme o relatório, foram considerados impróprios para banho a Comunidade São Gonçalo, em Cuiabá, o Distrito de Bonsucesso, em Várzea Grande, o Rio Paraguai, em Barra do Bugres, e o Córrego Peraputanga (Cachoeira) e a Praia da Carne Seca, ambos em Cáceres.

Além da quantidade de Escherichia coli (bactéria nociva) presente, as águas são consideras impróprias também se constar incidência elevada ou anormal de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias; presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e outras substâncias capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação; pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais; floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde humana.

A constatação da presença de coliformes fecais em um corpo d’água destinado à balneabilidade, acima dos limites estabelecidos pela legislação, traz um grande risco de banhistas contraírem doenças de veiculação hídrica, tanto pelo contato com a pele como pela ingestão. Entre estas doenças estão a poliomielite, cólera, hepatite, febre tifóide, gastroenterite e doenças de pele.

“A Sema faz a avaliação onde existe grande fluxo de banhistas para verificar as condições para recreação de contato primário. Em locais próximos às cidades, o que compromete é, principalmente, o lançamento de esgoto e lixo nos rios e córregos, aumentando a contaminação da água e proliferação de microrganismos causadores de doenças”, alerta Sergio Figueiredo, Coordenador de Monitoramento da Agua e do Ar.

Desde o início das campanhas de balneabilidade realizadas pela Sema, as comunidades de São Gonçalo (2007) e Bonsucesso (2003) apresentam classificação imprópria para recreação de contato primário. A praia do Rio Paraguai, em Barra do Bugres, também já tinha sido classificada como imprópria em 2017 e 2018.

Em Cáceres, o córrego Peraputanga (cachoeira) apresentou valor elevado de Escherichia coli na maioria dos dias coletados e na praia da Carne Seca, há presença de dragas, motivo pelo qual as águas dos dois locais foram consideradas como impróprias.

Os corpos d’água destinados à Balneabilidade tem sua condição avaliada nas categorias própria e imprópria, baseada no conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco coletas realizadas no mesmo local e em dias diferentes. A campanha de balneabilidade abrange os municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Santo Antônio, Barra do Bugres, Rosário Oeste, Nortelândia, Barra do Garças e Cáceres.

Locais próprios para banho

Foram considerados como Excelente: Rio Claro (Cuiabá); Passagem da Conceição (Várzea Grande); Lago de Manso – Marina do Altair (Chapada dos Guimarães); Salgadeira (Chapada dos Guimarães); Praia das Embaúbas (Rosário Oeste); Arara – Rio Garças (Barra do Garças); Rio Araguaia – Praia Primavera (Barra do Garças); Cachoeira do Pé da Serra – Parque Serra Azul (Barra do Garças); Praia do Iate Clube (Cáceres); Praia do Julião (Cáceres).

Entre os de classificação Muito Boa estão: Ponte de Ferro (Cuiabá); Balneário Soberbo – Coxipó Açú (Cuiabá); Cachoeirinha (Chapada dos Guimarães); Praia Nortefly – Rio Santana (Nortelândia); Cachoeira da Porteira – Parque Serra Azul (Barra do Garças).

Já os satisfatórios são: Comunidade Coxipó do Ouro (Cuiabá); Mutuca (Cuiabá); Praia de Santo Antônio (Santo Antônio); Praia das Veredas (Santo Antônio); Cachoeira da Martinha (Chapada dos Guimarães); Cachoeira dos Namorados (Chapada dos Guimarães), Praia do Daveron (Cáceres).

Relatório

Balneabilidade é a medida das condições sanitárias das águas destinadas à recreação de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água, na qual é elevada a possibilidade do banhista ingerir quantidades significativas da mesma.

O relatório esclarece que “A utilização da água para fins recreativos é muito comum em Mato Grosso, principalmente nos rios próximos às cidades e onde ocorre a formação de praias na época da seca. Por esse motivo, torna-se relevante conhecer a qualidade da água para garantir a conservação dos recursos hídricos e a proteção da saúde da população”.

A publicação do Boletim de Balneabilidade tem como objetivo constatar os efeitos decorrentes das descargas de poluição, estabelecer a qualidade atual das águas e classifica-las conforme os padrões e critérios de balneabilidade determinados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução nº 274/2000, fornecer subsídios para atuação das prefeituras e órgãos de fiscalização, possibilitar sinalização dos locais e advertir a população quando for necessário.

Este ano, um novo local de coleta foi introduzido no limite entre os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, no Complexo Turístico da Salgadeira. Já quatro locais foram excluídos – Praia do Pari (Cuiabá), Rio Bugre (Barra do Bugres); Rio Paraguai – Usina (Diamantino); Rio Paraguai – Catira (Alto Paraguai). Entre os motivos da exclusão estão falta de acessibilidade ao ponto de coleta, local não apresentar segurança para os servidores designados para a coleta ou ainda não serem mais frequentados por banhistas.

Para mais informações o Boletim de Balneabilidade pode ser consultado integralmente no site http://portal.sema.mt.gov.br/transparencia/index.php/gestao-ambiental/monitoramento-ambiental/balneabilidade

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