Os perfis de emprego e renda do futuro

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Welyda Carvalho*

Um dos grandes desafios de todas as pessoas, líderes sociais, empreendedores, lideranças mundiais corporativas e agentes políticos é a geração de emprego e renda. É o diagnóstico atual que não precisa de muito estudo apurado.

Mas, onde estão os empregos e quais perfis são requeridos para eles? E mais: como criar trabalho para uma legião de jovens? O que fazer para uma população cada vez mais carente de condições de formação e de qualidade de vida para uma parte da sociedade que envelhece cada dia mais? Há mais dúvidas do que soluções. São questões para reflexão e debate sobre desenvolvimento e crescimento econômico, como tenho feito nos meus artigos.

Se olharmos para o passado da humanidade, da divisão do trabalho artesanal e agrário à produção industrial, encontraremos certamente uma parte das possíveis soluções para a aflição atual da necessidade de geração de emprego e renda.

Afinal, a ocupação ou trabalho humano já passou por grandes mudanças, com empregos no campo, depois pelos comerciantes das feiras móveis e trabalhos braçais. E mais modernamente, com a Revolução Industrial, com a especificação e segmentação do trabalho.

Agora, na atualidade, com a Revolução Digital, há novas perspectivas e formas de emprego jamais imaginadas, fora dos padrões de jornada de trabalho. Hoje, há o “home office”. E o que dizer dos motoristas de aplicativos, embora alguns os classifiquem como subemprego ou complementação de renda.

Só nesta meia década, diversos meios de pagamentos e aplicativos invadiram nossas vidas, e retiraram algumas ocupações comuns do setor financeiro, segmento de serviços e, principalmente, do setor bancário. A tendência é que no futuro próximo não haverá mais agências bancárias físicas. Menos emprego e menos renda. A inteligência artificial, os roteiros de filmes futuristas estão mais reais.

Enfim, é na “era digital” que estão os grandes e promissores empregos. Nesse caminho, profissões praticamente deixaram de existir. Ou se adaptaram a novas tecnologias, embora existam os profissionais. Se antes havia o torneiro mecânico, hoje as partes dos carros já são desenhadas ou moldadas em computador, por “designers” gráficos e audiovisuais.

Sem falar dos empreendimentos onde há automação e toda mecatrônica envolvida sem precisar de humanos para fazer o “trabalho”. Na vida digital, destacam-se pelo menos duas categorias de trabalhadores ou ocupações de renda: o digital “influencer” e o analista de marketing digital – para citar alguns exemplos.

Essa Revolução Digital já modificou muitas coisas, mas um segmento da vida moderna e contemporânea em que o impacto tem sido forte é o chamado mercado de trabalho. Já há no mundo real notícias sem jornalistas ou profissionais tradicionais na produção, formatação e divulgação de textos, imagens e sons, feitas por máquinas com base no fundamento da inteligência artificial.

Há ainda a chamada internet das coisas, quando dispositivos móveis, computação, eletrônica e a web de conexão digital produzem comunicação com objetos físicos do cotidiano, como utilitários domésticos. Todas essas situações fazem diversas pessoas ficarem sem trabalho, em um mundo de consumismo, gastos pessoais supérfluos e mais desigualdades sociais. O fato é que sem ocupação humana, sem a relação de trabalho na sociedade, não há renda, condição de subsistência e nem paz social.

Welyda Cristina de Carvalho é advogada, pós-graduada em Direito Processual Civil pela FESMP/MT, fez intercâmbio em Sunshine Coast, na Austrália e atua no direito do agronegócio. Endereço eletrônico: [email protected] / Instagram: @welydacarvalho

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