Mãe para além da poesia!

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No segundo domingo do mês de maio comemoramos o ‘Dia das Mães’. Normalmente são votos de admiração, carinho, presentes, orações, poesias e lágrimas. Todas válidas e merecidíssmas, dada real importância a tudo o que mãe representa na vida de uma pessoa. Na minha condição de médico ortopedista, especialista em joelho e quadril, me faz sentir no dever de ir além das homenagens e poesias. Escrevo para homenagear as mães, em especial a minha mãe Sr.ª Edenir, e minha amada esposa Edna Cristina, mas também para falar da saúde da mãe.

Quero ressaltar a figura da mulher mãe, que de elemento secundário no núcleo familiar, passou a ser alguém extremamente importante na funcionalidade global da sociedade. Atualmente a mulher exerce cada vez mais um papel de protagonista, embora ainda sofra com as heranças históricas do sistema social patriarcal em seu dia a dia, e tudo isso fica mais complicado quando ela se torna mãe. E a primeira a pagar a conta é a sua saúde.

Com o tempo, graças às lutas promovidas, a mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais, abandonando a figura de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho, cargos importantes em empresas e estruturas hierárquicas menos submissas. Mas dentro desta luta a saúde da mulher requer cuidados especiais.

Posso afirmar que quando o Estado cuida de uma mãe, na verdade está cuidando de varias pessoas ao mesmo tempo, uma vez que a saúde da mulher reflete diretamente em si mesma e em seus filhos, e afeta todo um ciclo futuro. Sem falar no número cada vez maior de mães que exercem também o papel de pai.

Infelizmente a vida moderna tem levado as mulheres cada vez mais cedo aos consultórios, quando não às mesas de cirurgias, para amenizar as dores causadas por desnutrição nos primeiros anos de vida, falta de acompanhamento na vida maternal e pelos esforços repetitivos, – consequência da extensa jornada diária de trabalho.

Desde o princípio da vida a mulher requer e precisa de cuidados especiais. A gravidez e o pós-parto devem ser assistidos com os cuidados devidos.  Um pré-natal bem feito, além de trazer saúde para a mulher e para a criança, significa economia significativa para aquela pessoa, aquela família, e consequentemente, para a saúde pública do Estado.

Fatores como amamentação, por exemplo, tão necessário para a criança. Mas existe o tempo correto para isso acontecer e não trazer prejuízo à mulher. Fatos que irão se manifestar com maior incidência na terceira idade. Doenças como a osteoporose, artrite, fratura na coluna e outras complicações causadas pela descalcificação, são consequências muitas vezes do não cuidado devido em anos anteriores.

Precisamos de políticas públicas mais efetivas para a mulher e principalmente para as mães. Uma mulher quando se torna mãe, passa a carregar o peso de outras vidas sobre ela. Isso tem consequências. Cuidar da saúde da mulher não é privilégio e amor: é necessidade. Parabéns a todas as mães e toda saúde do mundo para elas!

Dr. Luiz Fernando Amorim é médico ortopedista e traumatologista em Cuiabá

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