Cooperativa de piscicultores do norte de MT está com problemas para distribuição do pescado

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Cerca de 95% do peixe produzido pela Cooperativa dos Aquicultores do Portal da Amazônia (Cooperpam), que reúne piscicultores dos municípios mato-grossenses de Alta Floresta, Carlinda e Paranaíta, é destinado aos estados do Norte do Brasil. Nos últimos dois meses, a distribuição de peixes foi suspensa porque o serviço de defesa descobriu que os atravessadores estavam desviando o pescado para outros locais diferentes do destino da GTA (Guia de Transito Animal).

O assunto foi discutido em uma reunião na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) com representantes do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e Secretaria de Estado Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf-MT).

 

Os mais de 200 piscicultores que fazem parte da cooperativa estão há aproximadamente 60 dias sem comercializar o peixe. Segundo o presidente da Cooperpam, Valmir Valverde, os produtores comercializavam o pescado para os atravessadores, mas recentemente descobriram que a documentação emitida para os frigoríficos do Norte do país está ilegal. “Estamos emitindo nota fiscal e GTA para determinado frigorífico que tem SIF quando na realidade esse pescado não chega nesse frigorífico, ele é desviado e vai para outra rota”, informou Valverde.

 

Para sair da rota dos atravessadores e comercializar os peixes com Serviço de Inspeção Federal (SIF) direto de Mato Grosso, a cooperativa solicitou o apoio da Famato e das entidades presentes na reunião para reativar o entreposto de Alta Floresta. No entreposto será possível fazer a lavagem dos peixes e fazer o SIF para que sejam distribuídos direto do Estado.

 

“A médio prazo é uma alterativa apropriada, pois com o entreposto a cooperativa ficará mais independente, podendo distribuir o pescado para qualquer Estado do Brasil. Entretanto, o maior problema é a curto prazo, já que os produtores têm peixes nos tanques e precisam comercializá-los até a Semana Santa. Estamos fazendo uma busca no Pará e em Mato Grosso de possíveis compradores que possuem Serviço de Inspeção Federal, Estadual ou Municipal” explicou o analista de pecuária da Famato, Marcos Carvalho.

 

Ao final da reunião ficou acordado que uma projetista irá avaliar a situação do entreposto de Alta Floresta e adequá-lo conforme a necessidade da cooperativa e de acordo com as exigências do SIF. Estima-se que o entreposto terá capacidade para receber quatro toneladas de peixes por dia.

 

Estima-se que a Cooperpam movimenta em torno de 24 milhões de reais por ano na manutenção da piscicultura, engorda e venda dos peixes. Engorda aproximadamente 2,5 milhões de quilos de peixes por ano gerando 1,2 mil empregos diretos e 3 mil indiretos ao ano.

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