Ao estudar-se e discutir-se sobre educação é necessário considerar muitos fatores que estão atrelados a esse fenômeno, uma vez entendendo que não há uma unilateralidade, e sim múltiplas possibilidades de se estudar e compreender onde se localiza e se insere o mesmo.
Toda vez que se olha um fenômeno ocorrente na atualidade não devemos ignorar o fato de que o mesmo possui uma história que nos ajuda a compreender os acontecimentos de maneira mais ampla, democrática e inserido em espaços que são de grande valia para a construção dessa compreensão. Desse modo, é muito importante refletir que a escola é um dos espaços sociais em que há ao mesmo tempo um encontro de diferenças.
A importância de se pensar a educação – e o espaço escolar – quando se coloca como objeto a construção da identidade negra, está em perceber que este mesmo ambiente já foi cenário de preconceitos sustentados por uma opressão justificadas historicamente pelas ciências. Que a escola é um lugar onde todas as diferenças se encontram, onde todas as realidades estão presentes,isso já sabemos, mas a pergunta que fica é a seguinte: a escola está preparada para lidar com todas essas diferenças e realidades? Ou será que a escola possui a dimensão ontológica da maneira como afeta os seus alunos na construção social de suas identidades?
A função social da escola na construção da identidade do sujeito negro é trazida aqui, pois é necessário considerar a identidade de uma pessoa como um fenômeno social e não puramente isolado desses fatores. Por isso é importante ter uma atitude questionadora diante das relações sociais, de maneira a objetivar a mudança na prática, pois os efeitos sobre os indivíduos e a maneira como irão olhar para um determinado objeto pode fazer toda a diferença nas relações.
Emanuelle Carine da Silva Souza é Psicóloga e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE-UFMT) Fundação Capes