Partido Novo, do candidato à presidência Amoêdo, e Partido Progressita, que apoiava Geraldo Alckmin, decidem não apoiar nem Haddad nem Bolsonaro, mas PTB se posiciona em favor do candidato do PSL na disputa do 2º turno
Após a decisão do PSOL, comunicada na noite de segunda-feira (8), de apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, Novo e PP seguiram os mesmos passos e também já se posicionaram a respeito das candidaturas remanescentes de Haddad e Bolsonaro (PSL), mas no caso desses dois últimos, ambos declaram que não vão apoiar nenhum dos dois candidatos à presidência. Mais tarde, o PTB também anunciou sua decisão e declarou apoio ao candidato do PSL.
PSOL, PTB Novo e PP devem receber a companhia de mais partidos ainda hoje dentro do grupo que já tomou a decisão sobre o seu posicionamento para o segundo turno das eleições presidenciais. Isso porque a expectativa é de que PSB, PSDB, Rede, DC e PPL façam reuniões , algumas já com horários marcados, e definam se vão apoiar um dos dois candidatos que ainda disputam o cargo máximo do executivo no País.
Apesar da neutralidade, o Partido Novo, do ex-presidenciável João Amoêdo que obteve 2,5% dos votos válidos no 1º turno e ficou na quinta colocação na sua primeira eleição majoritária à frente de outros candidatos mais tradicionais e com mais tempo de televisão como Henrique Meirelles, Marina Silva e Alvaro Dias, declarou, em nota divulgada aos militantes, que é “absolutamente” contrária ao PT que, ainda segundo o próprio partido, “tem ideias e práticas opostas às nossas”.
O posicionamento oficial de neutralidade do Novo ocorre mesmo depois do principal candidato do partido que ainda concorre, como favorito, ao cargo de governador de Minas Gerais, Romeu Zuma, só conseguir uma vaga no 2º turno ao se associar com a candidatura de Jair Bolsonaro ainda na reta final do 1º turno, ele vai concorrer contra o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e deixou o atual governador Fernando Pimentel (PT) para trás na disputa. Além disso, o Novo também conseguiu eleger oito parlamentares na Câmara dos Deputados.
Já o Partido Progressista que compõe o chamado “Centrão” era um dos partidos da coligação derrotada no 1º turno que apoiou e deu o maior tempo de televisão para a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) que acabou na quarta posição igualando o pior desempenho de um candidato tucano à Presidência da República, mas com um percentual mais baixo (4,76%) de votos válidos em 2018 do que a do próprio Mário Covas (11,51%) em 1989.
O Partido Progressista (PP) divulgou um documento nesta terça-feira (9) em que declara que “tendo a clara compreensão dessas circunstâncias especiais que vivem [sic] a política e o país, o Progressistas adotará uma postura de absoluta isenção e neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais”, aifrmou o PP em comunicado.
O partido ainda afirma estar “convicto” de que essa postura de neutralidade é a “melhor contribuição que pode oferecer ao debate, em que os cidadãos e cidadãs demonstraram querer se ater a um olhar aos projetos e às personas dos candidatos, deixando todas as demais variáveis em segundo plano”.
No documento, assinado pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira, o PP ressalta que estará disposto a colaborar com o futuro governo a ser eleito “em todas as agendas coerentes e resolutivas” que possam levar a uma solução para os grandes problemas do país.
O posicionamento oficial de neutralidade do Progressitas, por sua vez, também ocorre após a própria senadora e ex-candidata à vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin, Ana Amélia, declarar na véspera que vai apoiar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no 2º turno.
Dessa forma, analistas políticos estão apontando que a decisão de Novo e PP começa a dar o tom do que deverá ser uma tendência de neutralidade da maior parte dos partidos nesse 2º turno. Além disso, a despeito da posição oficial dos partidos, individualmente diversos políticos estão tomando suas próprias decisões pessoais como foi o caso do ex-prefeito de São Paulo e atual candidato ao governo do estado de São Paulo, João Dória, que no primeiro discurso após o resultado do 1º turno, se antecipou ao PSDB e também comunicou apoio a Bolsonaro.
O PTB, presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, por outro lado, anunciou também nesta terça-feira (9) o apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições 2018. A exemplo do PP, o partido também integrou a coligação do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, à Presidência.
Em nota assinada por Roberto Jefferson e divulgada pelas redes sociais do partido, o PTB afirma que as propostas de Bolsonaro “visam um Brasil com mais empregos e melhoria de renda aos trabalhadores; com menos impostos e menos gastos públicos; e que respeite nossos municípios e nossas crianças, proporcionando a elas educação de verdade e com qualidade”.
A nota do partido ainda afirma que Bolsonaro visa um País “eficiente e competitivo” e afirma acreditar que “Jair Bolsonaro trabalhará para que o nosso país volte aos trilho do desenvolvimento social e econômico”. No encerramento do texto assinado por Roberto Jefferson, o PTB afirma ainda que o candidato do PSL trabalhará pela “pacificação e união do povo brasileiro”.
Dessa forma, com o posicionamento dos quatro partidos, o candidato do PSL Jair Bolsonaro conseguiu até o momento um apoio, Fernando Haddad conseguiu um outro e dois partidos declararam neutralidade. O equilíbrio de forças permanece nos deputados federais eleitos, enquanto o PT elegeu 55, o PSL saltou de um para 52 congressistas.
Já no que diz respeito ao apoio dos governadores eleitos, no entanto, Bolsonaro conta com o apoio de governadores eleitos ou candidato ao segundo turno em d eezstados (Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rondônia e Roraima), sendo que sete deles ainda conta com candidatos no segundo turno.
Do lado petista, também há dez estados onde os governadores eleitos ou candidatos no segundo turno apoiam Haddad (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e Espírito Santo), a diferença é que na maioria deles, os governadores já estão eleitos e poderão aproveitar a popularidade adquirida e o “tempo livre” para fazer campanha e buscar a transferência de votos para o candidato do PT.
Por isso, apesar dos posicionamentos de PSOL, PTB, Novo e PP já darem uma ideia, é possível que o “jogo” das alianças partidárias no 2º turno ainda se movimente bastante.
Fonte: Último Segundo